Os amigos

Quem não se lembra dos seus tempos de infância? Quem não se lembra das inúmeras tardes passadas a brincar? Quem não se lembra dos jogos daquela altura?
Então cá vai...
O adro da nossa igreja era o sítio preferido para as nossas brincadeiras. Ali jogávamos à bola, ao pião, ao berlinde, ao botão, à carica, saltávamos ao elástico (quando apareciam as raparigas com ele...), etc, etc, etc.
Depois da escola, que na altura apenas nos ocupava as manhãs, e depois de fazer os deveres da escola, lá nos encontrávamos no adro da igreja. - Vamos jogar à bola, alguém do grupo proferiu. E lá começámos o desafio.
A minha mãe, quem muito amo, tomava conta de um garotito que, diga-se de passagem, era um pouco irrequieto. Era o Bruno, mais conhecido por Stinga!!! Ora, o Stinga vai comigo para o adro da igreja, e eu começo a jogar futebol com os outros. Ele, como era mais pequeno, andava encostado ao muro do adro brincando com uma outra bola.
E lá continuámos o nosso jogo, felizes da vida. Eis senão quando, o Stinga desaparecera!!!! Parou tudo à minha volta! Cadê ele?? Ai a minha vida!!! Onde se teria metido?
Dirigi-me ao muro para espreitar na direcção da estrada e... lá estava ele caído!! Minha nossa senhora!! A minha mãe vai-me matar!! Nem o facto de estar na igreja me vai salvar!!
Corri a descer as escadas para ir ter com ele. Depressa me apercebi que estava bem! Menos mal! Agora era só levá-lo de novo pro adro, sem que ninguém visse!
Azar! Alguém do grupo começou a falar alto demais e, como a lojinha da mãe ficava tão perto... lá vem o ralhete!! - Como aconteceu?????, pergunta desnecessária pois eu não fazia a mínima ideia. Ele lá soluçou umas palavras: - Estava com a bola debaixo do peito e ela rebolou e eu caí!!!
Amenizou a minha culpa, mas, obviamente, o meu resto de tarde foi passado em castigo!