Até hoje... a melhor!!

Rapazes de boa idade, bailaricos nas aldeias vizinhas e meio de transporte assegurado: casal boss!!
Lá vão os dois a caminho da festarola e, eis senão quando, nos aparece o jipe da GNR. Uma curva mais apertada, meia volta e toca a andar para trás. Porquê? Pois... o condutor do veículo motorizado lembrara-se de que não se fazia acompanhar dos seus documentos. Menos mal que vivia muito perto do local onde estava a guarda estacionada. Lá vamos nós buscar os documentos. Saliente-se que os guardas nada nos tinham dito e até creio que não nos tinham visto.
Documentos na carteira e de volta à casal! Quando estávamos a passar junto à GNR, o meu colega desacelera e vai ter com o guarda. Desliga a motorizada e saca dos documentos. "Estão aqui os documentos", diz ele ao guarda.
O oficial fita-o nos olhos e, um pouco surpreso com tudo aquilo, responde: "Eu nem sequer o mandei parar e você quer mostrar-me os documentos? Vá-se lá embora, homem!!"
Foi ou não foi uma boa conduta do condutor?!!!
P.S. Acho que o problema foi que acordámos o GNR!!!!!!

Telefone!!

Quem pode dizer que no nosso tempo não havia tecnologia avançada?!
Um dia criámos um telefone que nos punha em contacto a cerca de, mais ou menos (e desculpem se não for esta a distância), 100 metros. O meu amigo/vizinho e eu decidmos por-nos em contacto através de telefone. Qual fixo, qual telemóvel, qual quê? O nosso era muito mais à frente!! Até acho que foi copiado pela empresa de telefones que nos ajuda hoje a comunicar!!
O nosso era feito de uma guita passada por cera de vela e dois copos de iogurte (de plástico), claro está um em cada extremidade.
O que deu mais trabalho foi passar o fio por entre as árvores que, naquela altura, eram em maior quantidade do que hoje, naquele sítio.
Lá se passou o fio e lá nos pusemos à prova!! Falo eu, fala ele e... não é que se ouvia!!! E quando se ouvia pior, lá se gritava um pouco mais. Mas o que é certo é que se conseguia comunicar!!!

Ontem e Hoje!

Às vezes dou comigo a pensar naqueles tempos da nossa infância. Das brincadeiras que programávamos, das outras que concretizávamos, enfim, de como ocupávamos o nosso tempo.
As pistas que arranjávamos na terra batida, que se faziam com as mãos empurrando a terra para que aparecessem os respectivos saltos e buracos, para que uma "grande competição de carica" pudesse ter lugar numa tarde soalheira... Os botões pedidos às mães para que uma disputa do jogo do botão acontecesse no adro da igreja... As armas feitas em madeira, cana, pau,... para que o jogo dos cowboys se desenrolasse num pinhal ali por perto...
Isto pra dizer que nós andávamos sempre fora de casa! As nossas brincadeiras passavam-se fora de casa! A nossa casa servia para comer, dormir e estudar...ainda que pouco!!!!
Vejamos os nossos filhos, sobrinhos, afilhados, jovens de hoje. Por onde param?
EM CASAAAA!!! Playstation, computador, DVD´s, televisão!
Como isto mudou!!

Na Rota da Borga...

Naqueles tempos todas as oportunidades para sair em grupo de amigos eram aceites de bom grado. Idade de alguns já terem carta de condução, o seu carrito e... a noite é nossa!!
Foi então que surgiu a ideia de se marcar um jantar. Reunido o grupo, lá se combinou local e hora de encontro: "7 horas no largo das Lombas"!
Como era um jantar de amigos, com a respectiva saída nocturna logo em seguida, ficou acordado irmos de camisa branca, gravata e, claro, blaser pra compor o figurino.
Às sete em ponto chegam os mais pontuais e, não menos de meia-hora, o mais atrasado. Não há crise, afinal vamos prá borga!!! Contam-se as cabeças, dividem-se pelos carros e lá se arranca em direcção ao restaurante escolhido. Entram todos pipocas, de camisa e gravata e sentam-se pra jantar! -"Venha vinho!", alguém pede ao empregado.
Olha-se pra ementa, sempre com atenção aos números como é evidente, e cada um lá pede aquilo que quer. Muito vinho a acompanhar e começa a noite a rodar.
Aquela noite foi tão divertida, que ainda hoje este grupo se junta. Uma vez por ano! É para muitos a única vez que se veêm. Mas o que é certo é que ainda se juntam no Jantar Rotaborga!!!!

Botas de futebol!!

Alguém se vai recordar disto e espero não mentir... muito!!!

Naqueles tempos, tal qual como hoje, o futebol era parte integrante das nossas vidas.
A "empresa", o "relvão", o largo, o adro da igreja, eram locais de grandes derbis!! Cada um tentava sobressair da melhor maneira! Uns jogavam bem, outros tentavam não jogar mal e outros ainda tentavam jogar!!!!
Foi então, num dia invernoso, que fui a casa de um amigo chamá-lo pra mais uma tarde de correria. - "Entra, estou a calçar as chuteiras!", disse-me ele. Belo par de botas tinha, prontinhas a estrear! - "Olha estes "pitons"! São lindas!", continuou ele todo babado.
Sim senhor, pensei eu, são fixes. - "Vamos mas é embora, que no campo é que se vê!!!"
Lá saem eles de casa. Pé no primeiro degrau de mármore e, como disse atrás... dia invernoso!!! SÓ PAROU NO TERCEIRO OU QUARTO DEGRAU!!!
Moral da história: acabem com o mármore nas escadas!!!!

Ginástica!

Só alguns sabem da história...

Finais de tarde, Lombas City. Regressados de algum outro lugar, o largo era um local de encontro para os que por ali cohabitavam. Umas vezes de bicicleta, outras a pé, outras ainda de carrinho de rolamentos, lá apareciam alguns comparças.
Entre alguns jogos que nos propunhamos realizar, eis senão quando nos aparece um contorcionista!!!
Eram fantásticas as posições que aquele corpo desengonçado conseguia articular! Os pés na cabeça... fazia o pino invertido (não sei onde fui buscar esta!!!)... autêntico faquir!!
Quem era? Quem é?
Só alguns sabem...

Bola... saltitona!!

Era um fim de tarde de Verão...

Dois amigos brincavam no Largo das Lombas arremessando uma bola saltitona de um lado ao outro da estrada.
- Agarra!!, gritava aquele que lançava a bola.
E assim se passavam minutos de "pura diversão"!!
Um deles, pequenote, sempre fôra o benjamim do grupo. Grande estilo no arremesso! O outro, caixa de óculos, espigadote mas franzino. Usava uns óculos que quase lhe ocupavam a cara toda! Usava-os porque, realmente, via mal!!
Soou o grito - "AGARRAAAAAAAAAAA"
A bola vem pelo ar... segue... bate a primeira vez no chão... ele tenta-a agarrar mas...
Tarde demais. A bola bate a segunda vez, ganha velocidade e só pára na cara daquele caixa de óculos!!!
"TRÁSSSS", lá se foram mais umas lentes!!! Lá se acabou mais um dia com o coração nas mãos! Lá se ouviram mais uns gritos em casa!!
Mas, o que realmente importa saber é que: NUNCA DEIXES BATER DUAS VEZES UMA BOLA SALTITONA!!